Marca própria - Marcas próprias faturam como fornecedoras de grandes redes de varejo.
Pesquisa recente indica que as marcas próprias respondem por quase 5% do faturamento das redes de comércio. Especialistas explicam que esse segmento representa uma ótima oportunidade para pequenos produtores darem visibilidade aos seus produtos.
Marcas próprias faturam como fornecedoras de grandes redes de varejo.

Pesquisa recente indica que as marcas próprias respondem por quase 5% do faturamento das redes de comércio. Especialistas explicam que esse segmento representa uma ótima oportunidade para pequenos produtores darem visibilidade aos seus produtos.

Pequenas investem na fabricação de produtos de marca própria

Marcas próprias respondem por 5% do faturamento das redes de comércio.

Empresário fabrica lenços umedecidos para um grande supermercado.

Pequenas empresas faturam com a fabricação de produtos para grandes redes de varejo. As marcas próprias respondem por quase 5% do faturamento das redes de comércio, segundo estudo da Nielsen divulgado este ano.

O empresário Jack Chouveke fabrica lenços umedecidos para higiene para um grande supermercado. Para ele, o negócio é bom: 70% do faturamento da empresa são de produtos de marca própria.

“É um mercado que vem sempre crescendo, a tendência, nós acompanhamos vários mercados. Mesmo empresas, hoje de porte médio, já estão buscando marca própria como item de gôndola. E é um mercado que vem realmente crescendo em progressões geométricas, eu diria”, afirma.

Quem está acostumado a percorrer os corredores dos grandes supermercados já deve ter visto produtos que levam no rótulo a marca da rede – conhecida como marca própria. Nos últimos anos, esse tipo de mercadoria se espalhou pelas prateleiras. Em geral, é fabricada por pequenas empresas, que vêem a chance de estar presentes em grandes redes, e participar de um mercado que a cada dia ganha mais espaço dentro do carrinho de compras do consumidor.

Só nos últimos quatro anos, os produtos de marca própria quase dobraram. São leites, sucos, salgadinhos, biscoitos, artigos de vestuário, de higiene e limpeza. A lista tem mais 65 mil itens. Segundo a Associação Brasileira de Marcas Próprias, esses produtos entram nos lares de mais de 18 milhões de brasileiros.

“É uma grande oportunidade aos pequenos. O perfil do fornecedor brasileiro são pequenas empresas, pequenas e médias, mas mais de 50% são pequenas empresas. Porque dá acesso pra ele a uma grande rede varejista, porque com a marca dele, seria bastante difícil ele entrar, muito custoso ele entrar”, afirma Neide Montesano, da entidade.

A fábrica de lenços de Chouveke surgiu em 2003. O tecido chega em grandes bobinas de 200 kg. Ele é cortado, impregnado com agentes de limpeza e embalado com a marca do cliente. São produzidos mais de 20 modelos para adultos e crianças.

O investimento foi de R$ 8 milhões em reforma do espaço e equipamentos. No mercado de marca própria, a fábrica tem foco definido: basta produzir e o cliente, a grande rede, se encarrega do resto.

“Nosso principal foco é produção, é investir em tecnologias, em produção de alta quantidade, com boa produtividade, para ter bons custos e porque, porque a gente não tem que se ocupar tanto na parte comercial, logística e distribuição, porque isso quem faz é realmente o detector da marca, o cliente final”, explica o empresário.

A marca própria também é garantia de faturamento longo e regular. Os contratos com as grandes redes são de um ano ou mais. Mas conquistar esse mercado nem sempre é fácil. “É difícil porque você precisa entender a necessidade e oferecer para ele um produto que vai se adequar a essa necessidade, o tecido apropriado, a fórmula adequada, aí a gente constrói o produto e o pós venda, o atendimento, a logística e a pontualidade na entrega. Tudo isso é muito difícil”, diz Alejandra Orenstein, diretora de marketing.

Depois que um contrato é fechado, a produção é rápida. Em média, cada pedido é de 50 mil unidades. O fornecedor ganha na escala. Sempre que muda a linha de produção, todas essas máquinas param por três horas. É preciso limpar as engrenagens, as tubulações, regular os equipamentos para o novo formato de lenço. E tudo isso é tempo e custo para a empresa.

A vantagem da marca própria é que os pedidos são muito grandes, e as máquinas param muito pouco. Resultado: aumenta a produtividade da fábrica.

Graças à produção em quantidade, os lenços saem 20% mais baratos. Eles são vendidos para 50 empresas. Em uma rede de supermercados, os produtos concorrem diretamente com marcas famosas. “Se tiver a mesma qualidade da que eu estou acostumada a usar com melhor preço, é claro que eu vou experimentar. Se eu gostar, passo a comprar sempre”, diz Jucilene Andrade, consumidora.

O supermercado investe pesado no segmento. Hoje tem 12 mil produtos marca própria e vai lançar mais 300 até o final do ano. “Hoje marca própria tem uma qualidade similar à marca líder. A gente busca custo, claro que sim, para ter um preço de venda reduzido, mas o que a gente busca muito mais com o fornecedor são eficiências na cadeia para reduzir o custo e não detrimento de qualidade. A marca própria hoje tem uma qualidade equiparável às marcas líderes”, diz José Rafael Vasquez, vice-presidente da rede de supermercado.

Com 5% do mercado, a marca própria tem espaço de sobra para crescer no Brasil. É a oportunidade para pequenas empresas produzirem em grandes quantidades, com contratos longos e seguros. “A perspectiva para os próximos cinco anos é de um crescimento bastante interessante, significativo, acompanhando inclusive exatamente o que acontece lá, nós temos países na Europa, com 48%, 50%, 52% do mercado de marcas próprias, daquilo que eles faturam, e o Brasil tem a tendência de chegar lá, e a gente buscar esse número”, diz Neide, da associação do setor.
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