Parceria - Indústrias de calçados e oficinas selam parceria.
No Rio Grande do Sul, pequenas empresas cumprem metas para garantir qualidade. União rende bons lucros.
Indústrias de calçados e oficinas selam parceria.

No Rio Grande do Sul, pequenas empresas cumprem metas para garantir qualidade. União rende bons lucros.

Em nenhum lugar do Brasil o povo entende tanto de calçados como no Rio Grande do Sul. Mais de 100 mil gaúchos trabalham no setor.


Em Novo Hamburgo, fica o monumento ao sapateiro, uma homenagem aos operários das fábricas de calçados. Ele lembra a importância do setor para essa região. Os sapatos, tênis e sandálias feitos no local e nas outras cidades do Vale do Rio dos Sinos são exportados para 140 países.


O Sebrae montou na região o programa de desenvolvimento de oficinas e ateliers para calçados. A ideia é de que as empresas terceirizadas tenham o mesmo nível de qualidade das grandes empresas, que são chamadas de “âncoras” do setor. O projeto reúne 45 ateliês.


“O trabalho do Sebrae é fazer com que esse ateliê, que normalmente é uma pequena empresa, onde não tem processo produtivo adequado, onde não tem processo de gestão administrativa adequada, onde não tem controle e organização adequados, fazer com que esse ateliê passe a ter uma célula do processo produtivo da grande âncora”, explica o gerente do SEBRAE na Região do Vale dos Sinos/RS, Marco Aurélio Copetti.


Um deles fica em Novo Hamburgo e pertence ao empresário Valdeci Henechinck da Rosa. Ele trabalha com calçados desde os 13 anos.


“Comecei como passador de cola. Com muito orgulho desempenhei essa função até os 16 anos”, conta Valdeci.


Ele é dono do próprio negócio há vinte anos. A empresa, que começou numa garagem, cresceu com a ajuda de uma indústria âncora. Há dois anos, Valdeci recebeu um empréstimo para ampliar a fábrica e, em vez de devolver o dinheiro, ele pagou com trabalho.


“Eu acho que foi merecedor porque a gente sempre prestou um bom trabalho para a empresa e a empresa viu que a gente tinha potencial para crescer, apostou na gente”, diz Valdeci.


O ateliê produz botas e sandálias femininas para a empresa âncora. As peças chegam cortadas, os 50 operários fazem a costura, colocam o forro, o cano, a biqueira e o zíper. A produção diária é grande.


Para prestar o serviço, o atelier adotou um programa de indicadores elaborado pelo Sebrae. São várias metas. Entre elas, diminuir o retrabalho e melhorar os controles gerenciais.


“Esses números fazem com que a gente tenha um crescimento interno melhor porque a gente consegue controlar pé a pé o que a gente está fazendo, desde qualidade até eficiência, e até mesmo no nosso rendimento na produção”, afirma a gerente do atelier, Kelly Cristina Rosa.


A empresa âncora checa os números. “A gente faz essa avaliação mensalmente para ter o controle de todos os nossos terceirizados”, explica João Dias Portal, da empresa âncora.


No ateliê, os funcionários têm 70 minutos para produzir um par de botas e 20 minutos para fazer um par de sandálias. Os calçados devem voltar para a empresa-âncora em três dias. A equipe se esforça para cumprir os prazos, porque a parceria é boa para todos.


“Com esse projeto, o nosso faturamento triplicou. A nossa estrutura também triplicou”, afirma João Dias.


Na empresa âncora, em Nova Hertz, trabalham 2200 pessoas. A principal vantagem é a redução dos custos trabalhistas. No inverno, a empresa âncora produz botas e, no verão, sandálias. Para fabricar as botas são necessários 600 funcionários a mais. Com a terceirização da mão-de-obra, a indústria não precisa contratar ou demitir operários de acordo com a época do ano.


Na fábrica principal o calçado é finalizado. São produzidos 40 mil pares por dia.
“A gente fabrica mais ou menos 300 a 400 modelos diariamente, em vários combinações de cores, e com uma grade do 33 ao 40”, conta o empresário João Dias Portal.


Além dos calçados, o Sebrae está levando o projeto para outros segmentos da economia gaúcha. “A ótica da terceirização e da quarteirização faz parte hoje do complexo produtivo da indústria gaúcha. e nós entendemos que ajudar o fornecedor, ajudar o ateliê, o terceirizado a tornar-se mais forte, se complementa nessa cadeia produtiva”, explica o gerente do SEBRAE na Região do Vale dos Sinos/RS, Marco Aurélio Copetti.

Confira os contatos das empresas mostradas na reportagem

SEBRAE - Vale dos Sinos/RS
Rua José Bonifácio, 04 – loja 5
CEP: 93010-180 – São Leopoldo/RS
Tel.: 0800 570 0800 / (51) 3588-9300
www.sebraers.com.br

Calçados Alisson Ltda.
Rua Nápolis 784 - Canudos
CEP: 93542-170 - Novo Hamburgo/RS
Tel.: (51) 3524-9132
atelieralisson@hotmail.com

Calçados Ramarim
Rua Angra dos Reis, 171 – Bairro das Rosas
CEP: 93890-000- Nova Hartz/RS
Tel.: (51) 3565-8100
www.ramarim.com.br
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