Lojas de material de construção se unem para vender mais.

Trabalhando em conjunto, comerciantes de Minas Gerais negociam descontos com fornecedores para reduzir preços e cativar os consumidores.

Em Minas Gerais, lojas de material de construção negociam juntas os descontos com os fornecedores. Elas se uniram para comprar produtos mais baratos e cativar o consumidor. E para isso, usam até a mesma marca.

Os comerciantes do Sul de Minas se uniram para aproveitar o bom momento da construção civil no país. Clube da Casa é o nome adotado pelas empresas que trocaram as marcas individuais por uma coletiva. O setor vai movimentar R$ 202 bilhões neste ano.

São 21 empresas com 38 pontos de venda em 29 cidades. Mais de mil funcionários; 20 mil metros quadrados de showroom e área de vendas; 90 mil metros quadrados de estoque. Tudo sob a mesma marca.

A central de negócios foi desenvolvida com ajuda do Sebrae. O grupo fatura R$ 100 milhões por ano. “No início, eram vários empresários com individualidade e pensamentos diferentes. Hoje, nós temos certeza e convicção de que é um grupo de empresários com objetivos comuns, com propósitos comuns, e em um ambiente que realmente promove o desenvolvimento”, avalia Juliano Cornélio, do Sebrae de Minas Gerais.

Nas fachadas, o destaque é a marca Clube da Casa. A ideia é fortalecer o nome da rede. Mas, até chegar a esse estágio, muitos comerciantes ficaram receosos com a novidade.

“Abrir mão de uma marca de 80 anos, como foi o nosso caso, não é fácil. Levamos tempo para absorver essa mudança de comportamento”, diz o empresário Agenor Garcia Rosa, presidente da central. Ele tem duas lojas no município de Três Pontas. São mais de sete mil produtos no estoque. Tubos, conexões e tintas são os campeões de venda. “O faturamento aumentou cerca de 20%”, calcula.

Nas 38 lojas da central de negócios o uniforme dos funcionários foi padronizado. O grupo também investiu na capacitação dos funcionários.

“Uma vez por semana, por exemplo, uma psicóloga faz um treinamento para desenvolver líderes de setores dentro da empresas. Esses líderes passam o treinamento que recebem para frente”, diz Agenor Garcia Rosa.


A mudança custou caro: R$ 800 mil. A conta foi paga por três grandes fabricantes, que se tornaram os patrocinadores do Clube da Casa. Em troca, os produtos deles têm destaque nas lojas.

A cliente Gilda Figueiredo destaca três motivos para comprar nas lojas da central: preço, atendimento e variedade.

Um acordo entre bancos e operadoras de cartões de crédito facilita as condições de pagamento. Agora as compras podem ser feitas em 24 parcelas.

“Nosso salário não dá para comprar à vista. Parcelando com o cartão, andamos em dia com o pagamento e podemos comprar”, diz a cliente Gisleine da Silva.

“O mercado da construção civil está bem aquecido e um dos motivos é esse incentivo de crédito. Bastante dinheiro é injetado na construção civil através do parcelamento das compras. Isso traz um movimento bem grande para as empresas e para as lojas”, comenta o empresário Agenor Garcia Rosa.

“O clube tem um plano de expansão. A ideia é que todos os membros se tornem sócios em uma nova empresa. E esta companhia vai instalar lojas nas cidades em que o Clube da Casa ainda não atua.

Os empresários encomendaram uma pesquisa para descobrir os municípios com maior potencial de vendas. A maior vantagem de trabalhar em conjunto é a força na hora de negociar com os fornecedores. Os descontos são maiores e beneficiam todos os lojistas.

“A maioria das lojas não tinha quase desconto nenhum. Hoje tudo foi unificado. A empresa tem que oferecer tudo o que conseguirmos dentro do Clube da Casa para todos os associados, independente do valor comprado. Isso é uma das coisas das quais nós não abrimos mão: o benefício deve ser para todos e não apenas para alguns”, afirma Agenor Garcia Rosa.

“Realmente, hoje é uma visão conjunta do todo. Eles sabem que juntos podem ir mais longe”, conclui Juliano Cornélio.




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Site: www.sebraemg.com.br
Consultor: Juliano Cornélio

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Telefone: (35) 3265-8400
Presidente da central e empresário: Agenor Garcia Rosa