No Tocantins, uma empresa de mineração dobrou o faturamento, com investimento em maquinário e consultorias na área de marketing e finanças.
 
A mineradora participa de um programa que faz diagnóstico de cada setor da empresa. O objetivo é melhorar a competitividade dos negócios no mercado.
 
O empresário Valdir Cezar tinha jazidas de ouro. Mas quando a extração do minério não trazia mais tanto retorno para ele, o empreendedor foi em busca de uma “pedra preciosa”: o seixo do rio Tocantins.
 
A rocha arredondada tem ampla aplicação. Ela pode ser usada em grandes obras ou até para decoração de jardins. O bom momento da construção civil no estado do Tocantins faz com que esse tipo de cascalho tenha um alto valor.  O metro cúbico é vendido por cerca de R$ 60 na região.
 
As jazidas do empresário ficam perto das margens do rio Tocantins, na represa Luiz Eduardo Magalhães, mais perto do município de Porto Nacional.
 
“Essa jazida é de 22.9 hectares. Mas, na sequência dela, dentro do município ainda de Porto Nacional, tem mais uma de 50 hectares que também tem o mesmo veio do material de onde nós estamos”, diz o empresário.
 
Poucos meses atrás, a mineradora produzia 8 mil metros cúbicos por dia. Mas para conseguir extrair o máximo de material do fundo da represa, o empresário comprou um super-equipamento: uma draga que triplicou a capacidade de extração.
 
Com o equipamento, é possível extrair 750 toneladas de areia e seixo em apenas uma hora. Depois disso, o faturamento da empresa dobrou.
 
A draga é hidráulica e funciona com dois canos de sucção que retiram as pedras do fundo do rio e jogam para dentro da embarcação.
 
A decisão de investir pesado em maquinário surgiu após o empresário participar do Programa Sebrae de Competitividade (Prosec).
 
“Fez diferença porque o Sebrae traz dentro da realidade as dificuldades que o empresário tem e da forma que ele traz ele não traz só para um dos setores da empresa, ele vem com uma consultoria muito clara em todos os setores”, diz o empresário.
 
O programa nasceu no Tocantins, mas pode se estender para outros estados. Uma equipe de consultores avalia todos os setores da empresa e faz um diagnóstico.
 
“Ele é um programa criado que visa olhar a empresa como um todo. Ter uma visão sistêmica das necessidades da empresa e buscar trabalhar essas necessidades intercaladas”, explica Clarice Soares, consultora do Sebrae.
 
A mudança de estratégia também fez o empresário perceber que era preciso investir em sustentabilidade. A água que é utilizada passa por três açudes de decantação. Ela tem que voltar para o rio sem resíduos sólidos.
 
Todo material que sai do rio é separado, depois é peneirado antes de ir para um terreno, uma espécie de estoque. A peneira desaguadora foi outra aquisição que aumentou o faturamento da empresa.
 
Ela separa o menor tipo de seixo - o pedrisco. Esse material tem alto valor de mercado.
 
“Ele passa valer de R$ 60 para R$ 150, então é um diferencial considerável, embora na região Norte ainda não é um mercado tão grande, mas é uma contribuição também que estamos dando para a sociedade, ao ter esse produto mais próximo do consumidor”, avalia o empresário.
 
A indústria da mineração no Brasil está em expansão. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, os negócios nesse setor devem movimentar R$ 2,5 bilhões nos próximos 3 anos.
 
Para atender toda a demanda, a orientação do Sebrae é para que a empresa agora invista em marketing.
 
“Ele trabalhou a questão do aumento da produtividade e com o programa a gente está contribuindo com a consultoria de marketing, estratégias de venda para escoamento da produção que ele está tendo”, afirma a consultora do Sebrae.
 
“Juntando esse conhecimento que tivemos juntos com o Sebare, me proporcionou realmente para tomar a decisão certa e conseguimos atingir os objetivos”, ressalva o empresário.