Compras coletivas reduzem custos de hotéis e restaurantes de Maceió.

O Sebrae de Alagoas desenvolve ações coletivas no complexo turístico da região. O objetivo é unir os negócios para ampliar o mercado e garantir descontos com os fornecedores.

A filosofia das empresas ligadas ao turismo em Alagoas é quem gasta menos lucra mais. E para isso, elas fazem compras de produtos em conjunto e os preços baixam. Com o dinheiro que sobra, elas investem em melhorias nos negócios.

As praias de Maceió atraem turistas do mundo inteiro. Eles aproveitam o sol e o mar azul-esverdeado, mas também buscam conforto e qualidade no atendimento. Para isso, o Sebrae de Alagoas desenvolve ações coletivas em hotéis, bares e restaurantes.
O objetivo é unir os negócios para ampliar o mercado. Vinte e duas empresas integram o programa “central de negócios”.

“Tudo que elas puderem fazer de forma conjunta, para ganharem competitividade, ganharem um maior poder de desenvolvimento, e consigam sobreviver cada vez melhor, faz parte do programa”, conta a consultora do Sebrae de Alagoas, Áurea Valéria de Andrade.

Uma das metas do programa é economizar. Toda semana, representantes de empresas e fornecedores se reúnem para definir as compras da “Central de Negócios”. Quanto maior o volume, menor o preço.

“Nós temos um desconto de 8% a 10% na compra desses produtos, devido ao volume”, explica o representante da Central de Negócios, Fábio Luiz Russo.

Empresas gastam cerca de R$ 1 milhão em alimentos

Todo mês, as empresas gastam em conjunto cerca de um R$ 1 milhão em gêneros alimentícios. Eles compram em média oito toneladas de mussarela, cinco de farinha e seis de carne.

Este sistema de negociação também traz vantagens para os fornecedores. “Antes eu visitava 22 empresas. Hoje, em uma reunião, eu fecho o negócio completo”, comenta o representante comercial, Rogério Rodrigues da Silva.

Ana Sofia Lima é dona de um hotel na praia de Pajuçara, em Maceió. O negócio mudou bastante depois que o trabalho do Sebrae começou.
“Ver um quarto assim, disponível, é muito raro aqui no hotel. são 118 apartamentos, 354 leitos e uma taxa de ocupação de 93%. mas nem sempre foi assim”, constata Gustavo Gonçalves.

A lotação é resultado da qualidade do serviço. O nível de satisfação dos clientes aumentou em 20%.

“Além da beleza, da localização dele, de frente à praia, o diferencial pra mim é o atendimento”, conta a cliente Eliane Mattioli.

Na cozinha do hotel, os frangos e camarões congelados foram trocados por produtos frescos sem aumentar o preço.

Custo cai até 20% com programa do Sebrae

Os funcionários de todas as empresas participam juntos do treinamento oferecido pelo programa do Sebrae. O custo caiu 20% e a mudança beneficiou a equipe do hotel.
“A gente agora tem funcionários trabalhando muito mais satisfeitos e também com maior conhecimento”, decalara Ana Sofia.

Bares também participam do programa “Central De Negócios”. Leonardo Rocha Coelho é um dos sócios. Para ele, a grande vantagem é a busca por soluções conjuntas com os empresários do setor.

“Essa troca de informação tem sido benéfica pra gente e a gente tem crescido bastante com isso”, conta o empresário Leonardo Rocha Coelho.

O bar tem 140 lugares e lota nos fins de semana. Um dos petiscos mais procurados é o camarão crocante. O empresário investe no que a clientela gosta.

“Alguns pratos do estabelecimento, realmente a gente pode chamar de carro-chefe. Esses pratos a gente precisa ter um carinho especial com eles, chamar os fornecedores pra conversar e ter um preço bem acessível junto a essas mercadorias”, diz Leonardo.

Descontos e vantagens exclusivas

Os fornecedores da “Central de Negócios” são tratados como parceiros. Eles oferecem vantagens exclusivas para a reposição de estoque. As empresas que integram o projeto devem ter mais parceiros em breve. É grande o número de interessados em participar do programa do Sebrae.

“A gente está se unindo em prol de um objetivo comum, que é melhorar produto, melhorar atendimento, serviços, e o consumidor final, que é o nosso cliente, que é o mais beneficiado com isso”, completa o empresário Leonardo.

Os empresários também investiram em segurança. Juntos, eles pagaram a reforma de um posto policial na praia de Pajuçara.

“Se o turista vai a um restaurante e é assaltado, ele não vai para o hotel, não vai para lugar nenhum. Então prejudica o município todo, não só aquela empresa que foi assaltada”, diz o analista do Sebrae.