Criação de tilápias - Projeto com criação de tilápias cria negócios e gera renda no ES.
Comunidade de pescadores saiu da pobreza e virou dona de três negócios.
Projeto com criação de tilápias cria negócios e gera renda no ES.

Comunidade de pescadores saiu da pobreza e virou dona de três negócios.
Criação de tilápias, peixaria e restaurante saem de projeto de psicultura.

Um projeto no Espírito Santo ensina um grupo de pescadores a criar tilápias, com suporte e orientações. Além de gerar trabalho e renda, a experiência na área da psicultura já abriu novas oportunidades de negócios e multiplicou a renda.

Uma comunidade de pescadores saiu da pobreza e virou dona de três negócios: uma criação de tilápias, uma peixaria e um restaurante. A multiplicação de renda é resultado de muito trabalho no município de Serra.

Os pescadores têm 156 tanques-rede na Lagoa do Juara. São mais de 70 mil tilápias. Todo dia, às 6h, uma equipe distribui ração e recolhe alguns peixes. É assim desde que o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) chegou à comunidade com o projeto de piscicultura.


O projeto começou em 2002, com o estudo da água da Lagoa do Juara. Especialistas avaliaram a profundidade, a transparência, a quantidade de nutrientes e de oxigênio“A gente encontrou a comunidade numa situação muito precária. O bairro era pouco habitado, não havia asfalto, não tinha linha de ônibus. A comunidade, como um todo, necessitava obter renda e as dificuldades eram muito grandes devido ao baixo grau de escolaridade”, diz Adriano Matos Rodrigues, do Sebrae em Vitória. O grande desafio foi ensinar a criar os peixes ao invés de pescá-los.

“Ninguém conhecia uma tilápia criada na gaiola. O pescador conhece peixe. Mas tem uma diferença do pescador para o piscicultor. O pescador tira da água o que é da água. E o piscicultor explora a água. O que não é da água ele põe lá e cria”, explica João Valadão Primo, da Associação de Pescadores.

Projeto
O projeto começou em 2002, com o estudo da água da Lagoa do Juara. Especialistas avaliaram a profundidade, a transparência, a quantidade de nutrientes e de oxigênio. Os primeiros 12 tanques só chegaram em 2004, depois que a Prefeitura de Serra doou R$ 40 mil para o projeto.

A Fundação Banco do Brasil doou mais R$ 150 mil. Dinheiro suficiente para comprar ração, alevinos, o barco para o transporte dos peixes e mais tanques-rede. Aí foi só escolher a espécie certa.

“A tilápia, a gente já detém a tecnologia de produção. E a aceitação do pescado, no mercado de restaurantes, no mercado popular também, que são as pessoas que vêm comprar, levar para suas residências, a tilápia tem uma boa aceitação”, diz Rodrigues, do Sebrae.

Os peixes são alimentados a cada seis horas. “Tem que cuidar bem desses peixes aí, porque eles é que põe dinheiro lá em casa”, afirma o pescador Sidmar Dias de Oliveira.

Vendas
A cada semana os pescadores tiram quase 2 mil tilápias da lagoa. As tilápias são vendidas na peixaria da associação, mas nem sempre foi assim. Antes a produção era levada para quatro feiras livres.

“Serviu para divulgar. Na feira livre, foi uma propaganda boca a boca. A gente falando com o freguês, e o freguês falando com o outro, e a gente foi divulgando”, explica Primo.

Hoje os clientes vêm de Serra, Vitória e várias cidades da região. O motivo é simples. “Pega ele fresquinho na hora (...). Fica mais gostoso. O sabor é outro”, opina o consumidor José de Almeida Soares.

Em um mês são vendidas 7 toneladas de peixe. O freguês pode comprar tilápia in natura ou só o filé. “Quase toda a semana a gente compra um pouquinho”, diz o consumidor Nílton Valgas. “Hoje foram mais ou menos 5 ou 6 quilos”, diz.

Restaurante
A banca, contudo, não dá conta de vender todos os peixes. Por isso, o pessoal criou um novo negócio. Um restaurante que serve cinco receitas com tilápia.

O restaurante foi construído com a ajuda de uma grande empresa local, que doou quase R$ 400 mil. Quem cuida da cozinha são as esposas dos pescadores. A cozinheira Maria Madalena Peres busca os peixes todas as manhãs. Ela é casada com o vendedor Jaílson Oliveira, mas mesmo assim faz questão de avaliar o produto. “Negócios à parte. O peixe tem que estar sempre fresquinho”, diz a cozinheira.

Cada associado, como o vendedor Jaílson, ganha R$ 1,1 mil por mês. A vida melhorou muito. “Consegui comprar um carrinho, um terreno também, paguei tirando daqui. Para mim tá uma maravilha, tá ótimo, graças a Deus”, diz o vendedor.

Os pratos mais pedidos no restaurante são as iscas fritas e a moqueca de tilápia. Em um domingo ensolarado, o restaurante serve mais de 800 pessoas.

“Outras tilápias que eu já comi, em outros municípios, eles criam a tilápia em tanque fechado, então fica aquele gosto de barro. Aqui não, é criada a tilápia em ambiente natural, água corrente, ela é gostosa, é um peixe gostoso”, Simone Farage.

Aprendizado
Os negócios trouxeram independência financeira aos associados. “É muito bom não ter uma pessoa para ficar mandando na gente. É muito bom a gente ser dona”, diz Maria Madalena.

O pescador Natanael Silva estudou só até a terceira série. Mesmo assim foi nomeado tesoureiro do grupo e aprendeu com o Sebrae a gerenciar as finanças. “Hoje, mesmo sem estudo, eu cuido de uma conta bancária que movimenta mais de meio milhão de reais por ano”, afirma.

Artesanato
O Sebrae planeja, ainda, montar um núcleo de artesanato para aproveitar a taboa e o couro de tilápia. “Esse trabalho vai ser focado em pessoas que não estão hoje vinculadas ao projeto. Para a gente ampliar o número de pessoas com renda aqui na própria comunidade”, diz Rodrigues, do Sebrae.
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