Negócios em confecção - Confecção do Rio Grande do Norte valoriza cultura local em coleções.
O Sebrae apoiou a iniciativa com cursos, consultorias e contratações.
Confecção do Rio Grande do Norte valoriza cultura local em coleções.

O Sebrae apoiou a iniciativa com cursos, consultorias e contratações.

Um projeto muda o design das confecções do Rio Grande do Norte. Agora, as roupas têm atestado de origem. A cultura regional é usada pelos estilistas para aumentar as vendas.

As roupas mostram de onde vieram. As flores são do Nordeste. Outras mostram o teatro de mamulengos e as danças do pastoril. A cultura regional do Rio Grande do Norte é usada pelos estilistas na produção dos tecidos. A ideia surgiu com o Projeto de Confecções, coordenado pelo Sebrae.

“Nós realizamos esse projeto buscando o fortalecimento dessas pequenas indústrias para que elas venham a se destacar no mercado e criem o seu próprio espaço”, conta Verônica Melo, do Sebrae.

O projeto reúne 40 empresas no estado. Uma das mais prósperas está no município de Passa e Fica, a 140 km de Natal.

A cidade tem esse nome curioso devido aos tropeiros que viajavam pelo Nordeste há mais de 80 anos. Eles paravam lá para comer e dormir. Muitos gostavam tanto do lugar que não iam mais embora. Por isso o nome: Passa e Fica. Foi o que aconteceu mais recentemente com uma confecção de moda infantil que fincou raízes e hoje é a maior empregadora do município.

A empresa está em Passa e Fica desde 2003. Os 85 funcionários produzem roupas para crianças de até 12 anos de idade. Uma clientela que não tinha muita opção até a empresária Maria das Graças Rodrigues começar o negócio.

“Era uma dificuldade você comprar uma roupa pronta ou mandar uma costureira fazer”, lembra a empresária.

O Sebrae ajudou a organizar a empresa: trouxe cursos, consultorias em gestão, capacitação de funcionários e até ajudou na contratação do estilista Ronaldo Fraga para orientar o design.

“Faz com que nós tenhamos um aumento, um valor agregado em torno de 50%. Como hoje esse trabalho ainda é apoiado pelo Sebrae, então os nossos custos internos aumentam em torno de 15%”, afirma Maria das Graças.

A primeira coleção foi inspirada nos mamulengos, o teatro de bonecos manipulados com os dedos. Neste ano, o tema é o pastoril, uma dança folclórica, muito comum em cidades do interior. A confecção também produz uma linha chamada “a cidade dos sonhos”. As roupas são assinadas pelo pintor Flávio Freitas e as estampas têm tudo que as crianças gostam.

A empresa faz 30 mil peças de roupa por mês. A meta para o próximo ano é aumentar a produção em 50%. Já existe, na fábrica, um espaço preparado para receber mais máquinas e mais funcionários.

A intenção da empresária é abrir mais 70 vagas de emprego na região. Com a participação no projeto, o faturamento da empresa aumentou em 30%. O Sebrae também levou a confecção para feiras de moda em São Paulo, no Rio de Janeiro e até em Paris.

Além da confecção, a empresária é dona de quatro lojas no estado. Ao todo, 10% das roupas são exportadas para Bolívia, Peru, Argentina, Angola e Suíça. Há dois anos, a confecção conquistou um novo mercado.

A fábrica chegou ao Brás, em São Paulo. O bairro é o maior pólo de confecções do Brasil, com cinco mil lojas, em 55 ruas comerciais. Elas atendem 300 mil clientes por dia e faturam R$ 9 bilhões por ano. Um pouquinho desse dinheiro também vai parar lá em Passa e Fica. São vendidos na loja do Brás 20% da produção.

“Nós nos sentimos orgulhosos de poder estar em São Paulo mostrando o que o Rio Grande do Norte tem”, comemora Maria das Graças.

As metas do Sebrae são reduzir os custos de produção em 10% e conquistar mais clientes. Além disso, o objetivo é aumentar em 20% o número de peças vendidas e investir na criatividade.

“Nós iremos nos reunir com os empresários para vermos qual será o elemento, qual será o tema que nós iremos abordar na coleção de 2011. Com certeza vai ser algo que vai surpreender os nossos clientes”, completa Verônica Melo.
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