Mercado de segurança - Aumento da violência impulsiona mercado de cercas de segurança.
Cercas cortantes de proteção estão entre os produtos mais procurados. Vendas da fábrica de concertinas crecem mais de 20% ao ano e faltam instaladores no mercado.
Empresário investe em cercas de segurança para clientes preocupados com violência.

As cercas em forma de espiral são conhecidas como concertinas. Elas são instaladas em cima de portões e muros. Em cidades como São Paulo, elas são o reflexo do medo da população.

O aumento da violência nas grandes cidades impulsiona a produção de equipamentos de proteção e segurança para residências e empresas. Entre os produtos mais procurados no mercado estão cercas cortantes de proteção.

As cercas em forma de espiral são conhecidas como concertinas. Elas são instaladas em cima de portões e muros. Em cidades como São Paulo, elas são o reflexo do medo da população.

Para 90,1% dos brasileiros, a violência aumenta no país, segundo pesquisa feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O tipo que mais incomoda ainda é a dos bandidos, apontada por 56% dos entrevistados.

Hoje em dia, para se proteger, moradores de casas e prédios e donos de empresas adotam várias formas de segurança. As cercas de proteção estão entre as principais.

A concertina sempre teve cara de cerca de presídio. E por isso não era muito bem vista pelo consumidor. Nos últimos tempos, com o aumento da violência, a estética ficou de lado e a eficiência ganhou espaço no mercado. Na verdade, é uma cerca que pode não resolver todos os problemas, mas inibe o assaltante.

Ela é feita de chapas de aço que cortam e perfuram em várias direções. Fica difícil se arriscar em cima da espiral. A sensação de segurança estimula o consumo. Aliás, o muro que aparece na reportagem é de uma fábrica de concertinas que não tem do que reclamar.

O empresário Henrique Melgaço montou a empresa há 11 anos. No início, ele importava as concertinas da África do Sul e revendia aqui. Em 2005, ele decidiu fabricar o produto. Investiu R$ 80 mil numa prensa usada, que ele adaptou.

“A principal adaptação foi todo um sistema de rolete pra você pode puxar a máquina e enrolar os rolos em espiral. Esse é o segredo da produção do material para fazer o espiral da concertina”, explica Henrique.

A concertina é feita de arame e chapa de aço. Num mesmo movimento, a máquina embute o arame e corta a chapa de aço em pequenos pedaços de quatro pontas.

A fabricação própria da concertina derrubou os custos em 30% e o mercado se ampliou. As vendas da fábrica crescem mais de 20% ao ano.

“Quando nós importávamos, tínhamos muito problema com qualidade. O material vinha com uma chapa que não tinha a mesma galvanização que o aço com o qual trabalhamos tem. O nosso show room hoje está nas ruas. Se você começa a botar produto que começa a enferrujar em cima das casas, vai denegrir a imagem do produto e não vamos ter indicações de clientes a amigos. Isso atrapalha muito o nosso mercado”, afirma o empresário Henrique Melgaço.

Para ganhar ainda mais mercado, a empresa criou variações do mesmo produto. Uma delas é a rede laminada. Outra é a concertina clipada.

“Ela te dá uma segurança um pouco maior. A gente a grampeia, uma espira na outra, e quando a gente a abre, ela fica toda trançada e fechada. Então impossibilita que uma pessoa tente abri-la para poder passar. Como ela está toda presa, ela garante uma segurança um pouco melhor do que a concertina simples”, ressalta Henrique.

A empresa produz 30 mil metros de concertina por mês. Vende a R$ 15 o metro. Hoje, o maior gargalo da fábrica é encontrar instaladores no mercado. A empresa perde clientes por falta de mão de obra.

Segundo o empresário Henrique Melgaço, o mercado de instaladores é mais uma oportunidade de negócio. Quem estiver interessado, preste atenção: é possível começar o negócio de instalação de cerca com um veículo e um investimento de R$ 3 mil para máquina de solda, furadeira, alicate e equipamentos de proteção.

“A gente acha que é um grande negócio. Hoje, a gente tem muita falta de mão-de-obra especializada para instalar. É um investimento relativamente barato que uma equipe teria que fazer, nós oferecemos qualquer tipo de treinamento, levamos em obra, fornece toda assessoria necessária para montar o negócio”, informa o empresário.

O dono de oficina Luciano Brandão também é cliente da indústria de equipamentos de segurança. Seu local de trabalho já foi assaltado três vezes. Levaram dinheiro e até as rodas dos carros. Há um ano, Luciano instalou a concertina no muro e não teve mais problemas.

“A gente se sente mais seguro. O ladrão vê que tem a cerca e não tenta mais roubar. Só entra mais nessas casas que não tem. Por isso, eu aproveitei e coloquei a cerca. Acabou o problema, não é?”, conta Luciano.

Com um pouco de tinta, é possível maquiar o produto e aumentar a comercialização. A concertina pintada de verde fica com uma aparência melhor, e facilita a venda.

Na casa da cliente Raquel Rossi, a cerca tem o tom das folhagens e quase não aparece.

“Na verdade, sempre tive vontade de instalar a concertina na minha casa, mas achava muito agressiva e, com a opção da concertina verde, como ela se mistura na vegetação e não perde a graça da casa, eu me sinto assim mais segura”, diz Raquel.

“Acho que o problema da insegurança que o pessoal vive hoje em dia, com as invasões de casas, deve ter a ver com o desemprego. Então essa insegurança trás uma procura maior por segurança dos bens do cidadão”, define o empresário Henrique Melgaço.
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